Uma coisa muito interessante de observar é que toda questão tem pelo menos dois lados para se analisar. Se prestarmos atenção ao que está acontecendo atualmente, principalmente com o aumento do uso de aplicativos na internet, veremos que esses aplicativos identificam o tipo de conteúdo que gostamos. Isso facilita muito para quem está fazendo publicidade, pois, a partir dessa análise, os aplicativos enviam uma corrente de vídeos e informações que provavelmente vamos assistir. Hoje, parece que existem várias realidades acontecendo ao mesmo tempo.
E aí surge a pergunta: O que realmente existe? Quais são os fatos reais? O que é verdade?
Eu digo para você: tudo o que existe é aquilo em que cada um acredita. Quando acreditamos em algo, estamos começando a torná-lo real. O grande problema surge quando nossas crenças são limitantes, egoístas ou até destrutivas. Quando muitas pessoas compartilham o mesmo estado mental, ele passa a ser visto como normal. É isso que o Professor Hermógenes falava sobre o cuidado com os "normoides". Vou deixar aqui um link para uma palestra do Professor Hermógenes, um conhecido professor de Yoga no Brasil, onde ele fala sobre o que é ser normal.
Quando um grande número de pessoas adota uma mesma forma de pensar, ocorrem as chamadas "doenças mentais coletivas", que, nas tradições ancestrais, são conhecidas como Maia, ou o "véu da ilusão". Os maiores pensadores da humanidade sempre alertaram que, quando sentimentos e pensamentos negativos dominam, as pessoas começam a desenvolver distúrbios físicos e psíquicos.
A medicina oriental já considera esses sinais como sintomas de doenças, como estresse, euforia e transtornos como mania, bipolaridade e fobias.
Krishnamurti, filósofo, escritor e educador indiano, dizia que quanto maior o medo, maior a neurose. A medicina ayurvédica, praticada há mais de 6.000 anos na Índia, nos ensina como adquirir saúde e longevidade. Ela explica que, dentro de cada um de nós, existe o potencial de sermos melhores ou piores, dependendo de diversos fatores, como:
- Nosso biotipo,
- O tipo de alimentação que consumimos,
- O ambiente em que vivemos, e
- O tipo de humor que cultivamos diariamente.
Existe um ditado muito conhecido que diz: "O hábito faz o monge." A maneira como manifestamos nosso jeito de ser faz parte dos nossos atributos mentais, das nossas crenças e daquilo que cultivamos em nosso coração. Você já ouviu aquele dito popular: "O que está no coração, a boca fala"?
Quando manifestamos atitudes de forma mais leve, fica mais fácil evoluir e progredir. É nessa oportunidade que desenvolvemos nossa consciência e inteligência. Podemos agir de maneira racional e equilibrada, ou de forma impulsiva e dominada pelas emoções, o que nos impede de desenvolver autocontrole e autoconhecimento.
Muitas vezes, as pessoas agem sem pensar, de forma resistente e com pensamentos voltados para o retrocesso. Isso desenvolve uma resistência ao novo e às mudanças, resultando em estagnação e falta de evolução. Eckhart Tolle, no livro **"Despertar para uma Nova Consciência"**, fala sobre a importância de encontrarmos o sentido da nossa existência. Todos nós temos a oportunidade de fazer escolhas e mudar o rumo da nossa vida, para que ela não seja focada apenas em ganhos materiais e na resolução de problemas cotidianos.
Não estou dizendo que os ganhos materiais não são importantes. Eles são, claro, pois são nosso suporte para a vida e o conforto. Porém, precisamos encontrar um equilíbrio para evitar problemas físicos e mentais. Eckhart Tolle ainda relata que, se prestarmos atenção, a história da humanidade está repleta de exemplos de insanidade mental, manifestada através de guerras, escravidão, violência e crueldade.
Ele destaca que o medo, a cobiça e o desejo de poder são forças psicológicas que motivam não apenas os conflitos armados e a violência entre países, tribos, religiões e ideologias, mas também os desentendimentos nos relacionamentos pessoais. Essas emoções distorcem nossa percepção das outras pessoas e de nós mesmos, levando-nos a interpretar as situações de forma equivocada, como se houvesse um "filtro" na nossa observação. Isso resulta em ações erradas, alimentadas por um "poço sem fundo" de medo e insatisfação.
Eckhart adverte que qualquer ideologia que projete uma sociedade ideal pode ser perigosa, pois o ego humano muitas vezes se sobrepõe à consciência. Ele revela que a maior conquista do ser humano é descobrir o seu próprio distúrbio, para então começar a encontrar a cura e se libertar do sofrimento. A receita que ele oferece é simples: observe seu modo de viver, veja o que você está fazendo e examine se está causando sofrimento a alguém.
Krishnamurti também explica que, quando uma pessoa está constantemente focada no que os outros estão fazendo, ela vive em estado de conflito. Ele sugere que devemos romper com esse hábito psicológico de ter medo, pois o medo existe para nos mostrar que precisamos ser cautelosos em determinadas situações. Porém, se nos deixarmos dominar pelo medo, sem entender sua causa e efeitos, estamos abrindo portas para as neuroses.
A receita que Krishnamurti recomenda é: descubra a causa do seu temor. Só assim será possível se livrar dos medos e se tornar uma pessoa mais livre e feliz.