Como o escaneamento da íris pode afetar o mapeamento da íris?
A tecnologia avança rapidamente e, com ela, surgem novos debates sobre segurança, privacidade e controle de dados.
Um dos temas que tem gerado polêmica é o escaneamento da íris para a criação de identificadores digitais, como o proposto pela empresa Worldcoin.
Mas até que ponto essa tecnologia pode impactar profissionais que trabalham com o mapeamento da íris?
O Que é o Escaneamento da Íris?
O escaneamento da íris é uma técnica biométrica que captura a imagem da parte colorida do olho para gerar um identificador único.
A Worldcoin, por exemplo, oferece um incentivo financeiro para aqueles que permitem o registro de sua íris, alegando que isso ajudaria a distinguir humanos de inteligências artificiais e poderia ser usado para criação de um passaporte digital.
O objetivo declarado da empresa é desenvolver uma estrutura de identificação digital segura, promovendo inclusão financeira e prevenindo fraudes na internet.
No entanto, esse tipo de tecnologia levanta questões éticas e de privacidade, uma vez que dados biométricos são extremamente sensíveis e, se mal utilizados, podem representar riscos significativos.
As Controvérsias do Projeto Worldcoin
Autoridades de diversos países têm expressado preocupações sobre a segurança e a transparência da Worldcoin.
No Quênia, a coleta de dados foi suspensa após 350 mil pessoas terem se inscrito. Reguladores da França, Alemanha e Reino Unido também investigam a iniciativa.
O principal problema apontado é a falta de clareza sobre como esses dados serão armazenados e utilizados a longo prazo.
Apesar de a empresa afirmar que as imagens capturadas são apagadas logo após a conversão para um código numérico, a preocupação com a utilização desse identificador único persiste.
Além disso, a Worldcoin promete permitir que governos usem sua tecnologia para processos democráticos e para a criação de uma renda básica universal, levantando questionamentos sobre o papel de uma organização privada em sistemas políticos e econômicos.
Como Isso Afeta o Trabalho com o Mapeamento da Íris?
Profissionais que utilizam a íris para análises na área da saúde, como a iridologia, podem ser impactados de várias formas por essa nova abordagem da biometria ocular.
O mapeamento da íris, como utilizado na iridologia e em estudos da saúde ocular, busca sinais que possam indicar predisposições genéticas, estados emocionais e desequilíbrios fisiológicos.
Com o avanço dessas tecnologias, surge a preocupação de que a percepção pública sobre o estudo da íris possa ser reduzida a um simples identificador numérico, ignorando o valor das abordagens integrativas.
Além disso, a popularização do escaneamento biométrico pode resultar em maior controle sobre dados pessoais, o que pode gerar resistência de pacientes em compartilhar informações sobre sua saúde ocular por medo de vazamento ou uso indevido.
A reflexão que fica é: até onde estamos dispostos a compartilhar informações biométricas em troca de praticidade digital?
Como garantir que avanços tecnológicos não prejudiquem a segurança e a confiança de quem trabalha com análises mais profundas da saúde ocular?
O debate sobre a privacidade digital e a ética na coleta de dados ainda está apenas começando, e é fundamental que profissionais e pesquisadores estejam atentos para defender o uso consciente dessas informações.
Referências Bibliográficas:
Projeto com criador do ChatGPT para escanear a íris de toda a população mundial gera alerta em autoridades. 2023. Disponível em: https://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2023/08/09/worldcoin-quer-escanear-a-iris-de-toda-a-populacao-mundial-e-gera-alerta-em-autoridades.ghtml. Acesso em: 10 mar. 2025.