O mapeamento da íris sofre uma censura política e científica?

O Mapeamento da Íris e os Desafios de Reconhecimento: Um Diálogo Construtivo

O mapeamento da íris, conhecido como Iridologia, é uma prática que desperta curiosidade e interesse em muitas pessoas. No entanto, ao longo dos anos, ela enfrentou desafios significativos em termos de aceitação no meio científico, político e econômico. 

É importante esclarecer que esses desafios não são necessariamente ataques intencionais à técnica, mas sim reflexos de um sistema complexo que prioriza certos modelos de evidência e validação. Vamos explorar essa situação de forma clara, amigável e construtiva.

A Ciência e o Modelo Tradicional de Evidências

A ciência moderna, especialmente na área da saúde, baseia-se fortemente em métodos rigorosos de pesquisa, como ensaios clínicos randomizados e duplo-cegos. Esses métodos são fundamentais para garantir a segurança e a eficácia de tratamentos médicos. 

No entanto, nem todas as práticas se encaixam perfeitamente nesse modelo. A Iridologia, por exemplo, utiliza uma abordagem qualitativa, focada na observação de sinais na íris que podem fornecer informações sobre o equilíbrio do corpo e o autoconhecimento.

Essa diferença de abordagem faz com que a Iridologia seja frequentemente ignorada ou rotulada como pseudociência, sem que haja um esforço sistemático para compreendê-la dentro de seu próprio contexto. 

Não se trata de substituir diagnósticos médicos convencionais, mas sim de oferecer uma perspectiva complementar que valorize a individualidade e o bem-estar integral.

Embora existam estudos observacionais e práticas milenares que sustentem sua aplicabilidade, essas evidências muitas vezes não são reconhecidas pelo modelo biomédico tradicional. 

Isso cria uma barreira epistemológica, onde saberes integrativos e holísticos, como a Medicina Tradicional Chinesa ou a Naturopatia, têm dificuldade em serem aceitos.

O Papel das Práticas Integrativas no Brasil

No campo político, a Iridologia enfrenta outra barreira: a falta de reconhecimento oficial como prática integrativa no Sistema Único de Saúde (SUS). Embora outras práticas, como a acupuntura e a meditação, tenham sido incluídas nas Políticas de Práticas Integrativas e Complementares (PICs), a Iridologia ainda não encontrou espaço nesse cenário.

Isso ocorre, em parte, porque instituições oficiais tendem a priorizar práticas com maior suporte científico robusto ou ampla aceitação internacional. 

No entanto, vale lembrar que países como Alemanha, Rússia, Canadá e Coreia do Sul já reconhecem e utilizam a Iridologia de forma mais ampla. Esse contraste sugere que há espaço para diálogo e revisão de políticas públicas que possam abrir portas para novas abordagens.

Interesses Econômicos e o Valor da Prevenção

Outro fator que influencia a visibilidade da Iridologia está relacionado aos interesses econômicos. A indústria farmacêutica e o modelo hospitalocêntrico estão profundamente enraizados na lógica de tratamentos crônicos e medicamentosos, que geram lucros consideráveis. 

Práticas como a Iridologia, que enfatizam a prevenção, o equilíbrio do estilo de vida e a autonomia do paciente, não seguem essa mesma lógica.

Por isso, elas podem ser vistas como menos prioritárias ou até mesmo marginalizadas em um sistema que privilegia intervenções mais rentáveis. 

No entanto, é importante destacar que a prevenção e o cuidado integral são elementos essenciais para a sustentabilidade do sistema de saúde e o bem-estar da população.

Direitos Constitucionais e a Liberdade de Expressão

A Constituição Brasileira de 1988 garante direitos fundamentais que apoiam tanto o exercício profissional quanto a liberdade de expressão. 

O artigo 5º, inciso XIII, afirma que "é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer". Além disso, a liberdade de manifestação do pensamento (inciso IV) reforça o direito de defender ideias e práticas, desde que feito de forma ética e responsável.

Esses princípios asseguram que profissionais que utilizam a Iridologia possam continuar desenvolvendo e divulgando seu trabalho, desde que respeitem as normas legais e não prometam resultados que não podem ser garantidos. 

A chave está em promover um diálogo aberto e transparente com a sociedade e com as instituições, mostrando o valor complementar dessa prática.

Superando Barreiras e Construindo Pontes

Diante desses desafios, a melhor forma de avançar é através da educação, da pesquisa e do diálogo. Profissionais que atuam com a Iridologia podem contribuir documentando casos clínicos, realizando estudos observacionais e compartilhando seus resultados de maneira acessível e científica.

Além disso, é essencial destacar que o mapeamento da íris não pretende substituir diagnósticos médicos ou psicológicos, mas sim oferecer uma ferramenta adicional para o autoconhecimento e a promoção da qualidade de vida. 

Um bom paralelo é o mapeamento da retina, amplamente utilizado por oftalmologistas e reconhecido pela ciência, mesmo sem exigir o mesmo nível de comprovação dos métodos biomédicos tradicionais.

Conclusão

A Iridologia enfrenta desafios que refletem questões mais amplas sobre como diferentes saberes e práticas são avaliados e aceitos na sociedade. 

Ao invés de ver esses obstáculos como formas de censura, podemos encará-los como oportunidades para promover um diálogo mais inclusivo e construtivo entre diferentes áreas do conhecimento.

Com educação, transparência e colaboração, é possível superar essas barreiras e garantir que práticas como a Iridologia tenham o espaço que merecem, sempre respeitando os limites éticos e científicos. 

Afinal, o verdadeiro objetivo é promover a saúde e o bem-estar de forma integral, integrando diferentes abordagens em benefício de todos.

A Iridologia enfrenta desafios relacionados à aceitação científica, política e econômica, mas esses obstáculos podem ser superados por meio de diálogo, educação e pesquisa.

Silviane Silvério

Silviane Silvério, Naturóloga e Biomédica, com especialização em Iridologia, Plantas Medicinais, Dieta Natural e Práticas Integrativas e Complementares para a promoção do bem-estar e do autoconhecimento. Registro profissional: CRTH-BR 1741.ORCID: 0000-0001-6311-1195.

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