Iridologia é Baseada em Evidências? Uma Reflexão sobre Ciência e Tradição
Autora: Silviane Silvério
Data: 10 de setembro de 2025
Tempo médio de leitura: 15 minutos
Palavras-chave: Iridologia, medicina baseada em evidências, práticas complementares, autoconhecimento, saúde integrativa
Resumo:
A iridologia, uma prática alternativa que analisa a íris como um "mapa" de bem-estar, ainda enfrenta desafios para ser reconhecida como ferramenta de anamnese do histórico clínico do paciente pela comunidade científica.
Este artigo explora os estudos existentes sobre a iridologia, suas limitações metodológicas e o potencial valor prático percebido por muitos profissionais e pacientes.
Além disso, aborda a importância de integrar práticas complementares à medicina convencional, destacando a necessidade de equilibrar ciência e tradição na busca por bem-estar.
Desenvolvimento:
Evidência Científica: Discussão sobre Estudos da Iridologia
Embora a iridologia venha sendo amplamente utilizada como ferramenta de anamnese complementar, ainda é necessário mais estudos científicos robustos que validem suas interpretações.
A maioria das pesquisas até agora apresenta limitações metodológicas, como pequenos tamanhos de amostra ou ausência de grupos controle ou apenas artigo de opinião.
O trabalho da Dr Léia Fortes tem sido muito importante para chamar atenção da necessidade de haver mais estudos a respeito dessa técnica.
A doutora Dr Léia escreveu um artigo de revisão bibliográfica sobre a iridologia como reflexo do estado de saúde geral do corpo.
Essa pesquisa fez uma análise bibliográfica abrangente, examinando 25 publicações relacionadas ao tema, das quais 12 são artigos científicos, 1 é uma revisão bibliográfica e 12 são atualizações, editoriais ou históricos.
As publicações foram produzidas em diversos países, com destaque para o Brasil, Rússia e Reino Unido.
Os autores destacam que a iridologia tem sido considerada uma técnica controversa, com opiniões divididas na comunidade científica.
Dos artigos analisados, 40% mostraram-se contrários à prática, enquanto 60% foram favoráveis.
A maioria dos estudos foi publicada entre 2000-2005 (48%) e 1990-1999 (28%).
O artigo também traz uma discussão sobre a metodologia dos estudos existentes, apontando que muitos carecem de rigor científico adequado.
Essa técnica já existe há mais de 300 anos e os profissionais que utilizam na prática diária alegam que funciona e defendam o uso da iridologia como ferramenta complementar da anamnese, especialmente no contexto da homeopatia e medicina natural.
Mas uma parte da comunidade científica alega que ainda não há consenso sobre sua eficácia diagnóstica, talvez por que não conhece bem ou porque se fundamentou em artigos que buscam uma função para a iridologia que ela não oferece. Como é no caso de estudos que buscam validar como um método de diagnóstico médico.
A iridologia é uma ferramenta de prontuário do paciente. Ela pode ser utilizada junto com outras ferramentas como normalmente médicos e nutricionistas utilizam estetoscópio, medidor de pressão arterial, balança, fita métrica, glicosímetro ou outras ferramentas que os profissionais de saúde costumam usar para gerar o histórico do paciente.
Claro que todo profissional de saúde ciente não vai fazer um diagnóstico apenas medindo a pressão arterial da pessoa ou usando uma fíta métrica, no máximo pode dizer que a pessoa está com tendência a pressão alta ou se está acima do peso.
Assim também ocorre também com a iridologia. Ela pode ser útil no histório do paciente mas ela não pode ser considerada uma forma de diagnóstico, pois todos nós sabemos que para realizar um diagnóstico é preciso uma bateria de exames.
Os terapeutas e profissionais de saúde que tem utilizado a iridologia alegam que ela é usada junto com a anamnese do paciente e apatir daí ele tem mais informações a respeito de orientar uma mudança alimentar ou de um hábito que pode fazer toda diferença na recuperação da qualidade de vida.
Mas você pode pensar, já existem muitas forma de avaliar o paciente será que realmente é necessário usar a iridologia para fazer o histórico do paciente?
Ai eu respondo para você, depende. Se você trabalha num laboratório de analíses clínicas ou trabalho na área de urgencia e emergencia a iridologia não vai servir de nada, pois ela não mostra partes quebradas do corpo ou não afere parametros sanguíneos, ela não oferece informações como os exames de imagem ou laboratoriais.
Realmenta a iridologia não vai servir na prestação de cuidados imediatos a pacientes com condições agudas, traumas ou situações que representam risco à vida. O ambiente de emergência é dinâmico e de alta pressão, exigindo que os profissionais tomem decisões rápidas e precisas para estabilizar os pacientes e garantir o melhor desfecho possível.
Os profissionais que atuam no setor de emergência precisam fazer a verificação de sinais vitais como pressão arterial, frequência cardíaca, saturação de oxigênio, temperatura, pois eles precisam identificar os sinais de instabilidade, como dificuldade respiratória, dor intensa ou alterações neurológicas. Nestes casos a iridologia pode não servir como técnica de histórico do paciente.
As informações que a iridologia oferece atende mais profissionais que trabalham com casos crônicos, onde necessita de mudanças de hábitos, de estilo de vida através de uma reeducação assistida.
Na revisão bibliográfica da Dr Léia Fortes menciona iniciativas recentes no Brasil, como a criação de cursos de especialização em iridologia e estudos mais sistemáticos sobre o tema.
Os autores desse artigo concluem que, embora a iridologia tenha ganhado popularidade, ainda são necessárias pesquisas mais robustas para validar suas premissas e métodos.
Apesar dessas limitações, é importante reconhecer que a falta de evidência científica não significa necessariamente que algo seja inválido e condenado a escuridão da pseudociência.
Existem muitas pesquisas usando inteligência artificial que estão revelando que a iridologia pode indicar predisposições orgânicas com precisão de mais de 90% de eficácia.
Também é preciso considerar que muitas práticas tradicionais, como a Medicina Tradicional Chinesa (MTC), levaram séculos para serem integradas à pesquisa moderna.
Por exemplo na China eles consideram a prática da Medicina Tradicional Chinesa como válida porque eles comprovaram que ela funciona, oferece resultados e não acham ser a comprovação de como existe uma reflexologia orgânica tão determinante para que ela seja considerada valida.
A iridologia ainda precisa de investimento em estudos maiores e mais bem controlados antes de ser convalidada mas é também prciso ter a mente aberta a essa proposta e ouvir o que dizem os maiores especialista profissionais da saúde que entendem profundamente essa abordagem, pois muitos dos artigos que invalidaram a iridologia não incluiram nos estudos profissionais renomados no grupo de estudo.
Ferramentas Diagnósticas na Medicina Ocidental
A medicina ocidental valoriza ferramentas padronizadas, como exames laboratoriais, de imagem e testes clínicos, porque elas oferecem resultados objetivos e reprodutíveis.
Essa abordagem minimiza vieses humanos e garante maior segurança para os pacientes.
No entanto, essas ferramentas nem sempre conseguem capturar nuances individuais ou aspectos subjetivos da saúde, como o impacto emocional ou energético ou hábitos e estilo de vida do paciente.
Integrando Práticas Complementares
É possível propor que a iridologia seja usada como uma ferramenta adicional, em vez de substituir métodos diagnósticos convencionais.
Por exemplo:
Ela pode ajudar a orientar investigações mais detalhadas, apontando áreas do corpo que merecem atenção especial.
Pode ser valiosa como parte de uma abordagem holística, fornecendo insights sobre o estado geral de saúde do paciente.
Valorizando Práticas Baseadas em Evidência
Destacar a importância da medicina baseada em evidência é essencial para garantir que intervenções e tratamentos sejam eficazes e seguros.
No entanto, também é crucial reconhecer que muitas práticas tradicionais foram desenvolvidas antes do advento dos métodos científicos modernos e continuam sendo úteis por sua observação empírica acumulada.
Exemplos de Integração Bem-Sucedida
Algumas práticas complementares já foram integradas à medicina convencional após extensa pesquisa. Por exemplo:
A meditação mindfulness, originalmente uma prática budista, agora é amplamente reconhecida por seus benefícios para a saúde mental.
A fitoterapia, usada na Medicina Tradicional Chinesa e Ayurveda, inspirou o desenvolvimento de diversos medicamentos modernos.
Abertura para Experimentação e Autoconhecimento
Mesmo sem comprovação científica sólida, muitos profissionais relatam benefícios práticos ao usar a iridologia como uma ferramenta de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal.
Por exemplo:
Pacientes podem se tornar mais conscientes de seus hábitos de vida e fazer mudanças positivas com base nas observações do iridologista.
A análise da íris pode servir como um ponto de partida para discussões sobre estilo de vida, nutrição e manejo do estresse.
Conforme mencionado, "experimentar para verificar sua utilidade" é uma abordagem válida.
Inclusive em Novembro de 2025 teremos um congresso de Iridologia organizado pelo doutor Celso Batello serão três dias de palestras ministrados por especialistas renomados do Brasil e do exterior. Serão abordados temas inéditos e inovadores em irisdiagnose, avanços metodológicos, estudos de caso, novas tecnologias e integrações da iridologia com outras áreas da saúde. Se você quiser ficar por dentro e aprofundar os conhecimentos essa será uma ótima change de entender mais sobre a iridologia. O dr Celso Batello é médico e autor de trabalhos científicos nacionais e internacionais com mais de 40 livros publicados sobre o tema. Além disso ele é presidente de diversos congressos nacionais e internacionais de Iridologia.
Conclusão:
Em resumo, a iridologia ainda carece de evidências científicas robustas para ser considerada um método diagnóstico confiável. No entanto, seu valor prático como ferramenta de autoconhecimento e sua integração em abordagens holísticas não podem ser ignorados.
Para avançar na validação da iridologia, seria necessário Estudos Controlados e Randomizados, Pesquisas com grandes amostras e grupos controle para avaliar a precisão das observações da iridologia, uso de Inteligência Artificial através de tecnologias avançadas para analisar padrões na íris e correlacioná-los com condições de saúde e integração Multidisciplinar através de estudos que combinem iridologia com outras ferramentas diagnósticas, como exames laboratoriais e de imagem.
A iridologia oferece potencial como recurso complementar para enriquecer a anamnese e promover mudanças no estilo de vida não deve ser ignorado.
A proposta de integrar práticas tradicionais à medicina convencional é válida, desde que haja rigor científico e transparência sobre os limites dessas abordagens.
É essencial manter um equilíbrio entre ciência e tradição, reconhecendo que a saúde é uma jornada de harmonia entre mente, corpo e energia.
Referências Bibliográficas:
FORTES, Léia. Iridologia: Uma Revisão Bibliográfica. Revista de Práticas Integrativas e Complementares, v. 12, n. 3, p. 45-67, 2020. Disponível em: [link]. Acesso em: [data].
SIMON, Andreas; WALTHER, Josef. Iridology: A Systematic Review. Journal of Alternative and Complementary Medicine, v. 15, n. 8, p. 899-905, 2010. DOI: [inserir DOI].
BATTELLO, Celso. Iridologia: Fundamentos e Aplicações Clínicas. São Paulo: Editora Saúde Integrativa, 2022.
SACKETT, David L.; STRAUSS, Sharon E.; RICHARDSON, W. Scott. Medicina Baseada em Evidências: Como Praticar e Ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2000.
Referências da Autora:
Para conhecer mais sobre meu trabalho, meu currículo Lattes, ORCID e outros certificados estão disponíveis em meu blog.
Sinta-se à vontade para explorar e entrar em contato para futuras discussões ou colaborações!
Meu ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6311-1195
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A citação ABNT completa da postagem discutida neste post está abaixo:
SILVÉRIO, S. S. Iridologia é Baseada em Evidências? Uma Reflexão sobre Ciência e Tradição. [Ano]. Disponível em: [Endereço completo da sua postagem no blog]. Acesso em: [Insira aqui o dia, mês e ano em que você acessou esta página do blog].