Como posso aceitar o mundo como é? Um caminho para a serenidade no caos
Autora: Silviane Silvério
Data: 10 de outubro de 2025
Tempo médio de leitura: 7 minutos
Palavras-chave: aceitação, compaixão, impermanência, equilíbrio emocional, meditação, gratidão, 4 Non Blondes, autoconhecimento
Resumo
Aceitar o mundo como ele é não significa resignação — é um ato de clareza e coragem. Em um tempo marcado por incertezas, injustiças e contradições, a aceitação nos liberta da luta constante contra o que não podemos controlar e nos conecta ao que realmente está ao nosso alcance: nossa postura interna.
Neste artigo, exploramos por que essa aceitação é tão difícil, como cultivá-la com compaixão e presença, e o que a música “What’s Up”, do 4 Non Blondes, tem a nos ensinar sobre respirar fundo diante do caos.
Desenvolvimento
1. Por que é tão difícil aceitar o mundo como é?
Nosso desejo de controle é profundo. Queremos que as pessoas ajam de acordo com nossas expectativas, que os eventos sigam um roteiro justo e que a vida recompense o esforço com clareza. Quando isso não acontece — e raramente acontece — surge a frustração, a revolta ou a decepção.
Mas a verdade é que o mundo não foi feito para corresponder aos nossos desejos. Ele simplesmente é — com sua beleza e sua brutalidade, sua ordem e seu caos, sua generosidade e sua indiferença.
Além disso, nós mesmos somos imperfeitos. Se exigimos perfeição dos outros, estamos negando nossa própria humanidade. Aceitar o mundo começa com aceitar a si mesmo: com suas sombras, limites e contradições. Só então conseguimos olhar para o outro com menos julgamento e mais compreensão.
2. O que podemos fazer para cultivar a aceitação?
Aceitar não é passividade. É escolher onde colocar sua energia.
Pratique a gratidão pelo que está aqui, mesmo que pequeno: um raio de sol, uma conversa sincera, um momento de silêncio.
👉Foque no presente. O passado já se foi; o futuro ainda não existe. Só agora você pode agir — ou simplesmente estar.
👉Reconheça o que está além do seu controle. Você não pode mudar o clima, o comportamento alheio ou o curso da história — mas pode mudar sua resposta a tudo isso.
👉Desenvolva a compaixão. Todos carregam lutas invisíveis. Incluir o outro — e a si mesmo — nessa compreensão suaviza o coração.
Meditação e reflexão são ferramentas poderosas. Elas nos ensinam a observar os pensamentos sem se identificar com eles, criando espaço entre o estímulo e a reação.
A aceitação, nesse sentido, é libertadora. Ela não apaga o sofrimento, mas impede que ele se multiplique pela resistência.
3. “What’s Up?”: um hino à aceitação no meio do caos
A música “What’s Up?”, da banda 4 Non Blondes (1992), captura com rara honestidade essa tensão entre o desejo de mudança e a necessidade de aceitação:
“And I try, oh my God, do I try…
I try all the time, in this institution…”
A voz da cantora expressa exaustão diante de um mundo que parece absurdo, repetitivo, opressivo. Mas, em vez de desistir, ela escolhe um gesto simples e profundo:
“And so I wake in the morning and I step outside,
And I take a deep breath and I get real high…”
Esse “respirar fundo” é um ato de presença. É reconhecer que, mesmo sem respostas, a vida continua — e que há beleza em simplesmente estar vivo.
A música não oferece soluções fáceis. Ela nos convida a parar de lutar contra o que é e, em vez disso, sentir o chão sob os pés, o ar nos pulmões, o sol no rosto — mesmo que o mundo ao redor pareça desmoronar.
Conclusão
Aceitar o mundo como é não é concordar com tudo. É parar de sofrer duas vezes: uma pela realidade, outra pela resistência a ela.
Quando soltamos a necessidade de que tudo seja diferente, descobrimos uma serenidade surpreendente — não porque o mundo mudou, mas porque nossa relação com ele se transformou.
A impermanência, a diversidade, a dor e a alegria fazem parte da mesma trama. E é nessa trama que encontramos a possibilidade de viver com autenticidade, compaixão e paz interior.
Como diz a canção:
“What’s going on?”
Talvez a resposta não esteja em mudar o mundo, mas em respirar fundo… e seguir.
Para conhecer mais sobre meu trabalho, acesse meu currículo Lattes:
Um forte abraço,
Silviane Silvério
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